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Verdes de antigamente

A gente pede insistentemente para que alguém informe se ainda tem mangueiras nos quintais como antigamente e se elas estão começando a dar flores neste começo de junho, frio chegando.
Será que ainda existe aquela mangueira que ficava na beira da estrada que ia par a represa, do lado da chácara dos Passoni, bourbon das grandes amareladas e perfumadas e que dava vontade de comer até a casca...
E aquelas imensas mangueiras da praça Mariah Pia, de várias qualidades e que esborrachvam no chão, se oferecendo pra gente, maduras e doces como mel...
E a jaqueira que ficava ali no pastinho dos Titarelli, gordas e perfumadas que a molecada ia pegar sem que ninguém se importasse.
O pé de jenipapo, fruta de gosto ruim, azeda e estranha com a qual as donas de casa faziam um licor que era distribuído depois de rezado o terço nas casas e que deixava a gente completamente tonto de prazer. Será que restou algum pé de lima nos pastos onde vacas pastavam tranqüilas e quietas, limas doces e de cascas finas, finalzinho amargo que grudava no céu da boca. Ainda tem o jatobazeiro na matinha da Santa Rita, de frutos ásperos, fedidos e sem gosto nos quais a gente fazia três furos com a ponta da tesoura da mãe e chupava o pó fino e esverdeado e quando acabava tudo a gente quebrava para degustar oNque restava e ficava no final um caroço marrom e duro.
Havia pés de gabiroba atrás da matinha do Delduque, marolo cagão, araticum, pindaíba, veludinho, marolinho, goiabas vermelhas e brancas, macaúba, coquinho catarro, garrafinha
azuladas que travavam a língua. Alguém sabe onde foi parar tudo isso, se isso tudo ainda existe ou ficou tudo como é aqui na cidade escura e fria onde não se vê nenhuma árvore, nenhum bicho, a não ser o bicho homem, que vai acabando com tudo...?

Juvenil de Souza não tem um mísero vaso na janela.

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