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Tempo de Amar

A gente levantava cedinho, debulhava
o milho para as galinhas no terreiro e a galinha cuidava dos pintinhos carinhosamente.
Os passarinhos faziam ninho nas goiabeiras, botavam ovos coloridos dos quais nasciam outros passarinhos e assim por diante. Tudo estava pronto e organizado, os bichos eram bichos, as árvores eram árvores, vento era vento, o sol nascia e morria e de noite a gente ir dormir sem sustos e sobressaltos.
Cada dia era outro dia, cada noite era outra noite. As brincadeiras eram diferentes a cada momento, mas eram sempre as mesmas. Na escola, havia os mistérios das contas de somar, dividir, multiplicar e a beleza escondida das palavras e as letras miúdas da professora de óculos grossos. As estações do ano chegavam e iam marcando os tempos - tempo de manga, de jabuticaba, de soltar papagaio, de nadar no córrego, férias, frio, carrapatos, vento, tempo de fazer as detestadas lições de casa, tempo de gripe, sarampo, catapora, caxumba, quermesses, de festa, de ir aos bailes da vida e tempo de amar perdida e apaixonadamente aquela menina que não sabia que a gente existia.
Naquele tempo, era tudo organizado e acontecia igual e diferente todo dia.
Mas a gente não sabia nada disso.

Juvenil de Souza ainda espera, ardentemente, encontrar de novo seu tempo de amor.

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