English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

Diário íntimo do Carnaval

1. Sexta - Mandamos buscar em Ribeirão Preto lança-perfume, confeti e serpentina e nos preparamos para entrar no sonho delirante e sair na quarta-feira.
2. Sábado - Rosa, rubra e voluptuosa, agarra a gente com braços carnudos, tatuagem de um dragão soltando fogo pelas ventas. Acordamos de manhã entre folhagens e perfume de flores de todas as cores
3. Domingo - Gerânio nos assalta de repente no meio do salão de assoalhos bamboleantes e dá um beijo na nossa boca com saliva e gosto de bala Pipper, um copo de cuba-libre na mão.
Acordamos ao relento, caras amassadas e olhos doloridos;
4. Segunda - Dalva tem perfume de dama-da-noite, adocicado e às vezes enjoativo. Dançamos enlevados e arfantes a música lenta e graciosa. Acordamos sem acordar, o gosto dos beijos
misturado à grama que foi nossa cama;
5. Terça - Perguntamos ao Malmequer “se meu bem ainda me quer e ele respondeu que não”.
6. Quarta - Despetalamos, uma a uma, as pétalas da Petúnia que caem
no chão coberto de serpentinas e confetes. Aspirando o ar encharcado de lança-perfume, não acordamos mais, nunca mais, esperando o outro carnaval chegar.

Juvenil de Souza sempre foi
um jardineiro do amor, colhendo
flores e beijos nos jardins
alheios, como um bandido.



Próxima crônica
Página Inicial