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Escrever

Pena mosquitinho de aço era a melhor
de todas. Antes de usar tinha que colocar na ponta da língua para amaciar. Se não arranhasse, era das boas. Era uma pena correta, encaixada na caneta redonda de madeira, corria macia pelas folhas do caderno escolar de finas linhas azuis horizontais.
Era muito boa para as lições de caligrafia. Os mais velhos usavam a caneta como um dardo, o alvo era o chão de tábuas lisas e enceradas, onde a pena fincava como uma flecha. Se não fincasse, não era boa. A tinta era ruim, deixava os dedos todos manchados, cadernos borrados e os bilhetes de amor se perdiam nos borrões encharcados.
Aí se foi a infância, sem que ninguém percebesse, vieram a caneta tinteiro, o mata-borrão e a bic. E aprendemos a escrever.

Juvenil de Souza ainda usa canetas
de pena de aço e tinta que borra.


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