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Nos bares da vida

Nas tardes de nuvens sanguinolento-preguiçosas e cães sarnentos rondando as ruas de paralelepípedos escorregadios a vida corre mansa e descansada; ninguém tem pressa e nenhuma ansiedade. No bar com mesas na calçada chega um, depois o outro; aquele que mora fora não veio, vem só nos dia santos e feriados, mas sua ausência é notada porque tem a alegria das piadas maliciosas e engraçadas. Todos estamos ali no quadrado do universo: Nova Iorque, Londres, Roma, São Paulo, Rio de Janeiro, Afeganistão, Marte, Vênus, sem nenhuma diferença nesta irmandade de copos, gentilezas, galhardia e amor por todas as mulheres da vida. Neste pequeno centro do mundo a chuva de amanhã pode mudar alguns destinos, assim como se não chover outros destinos poderão mudar.
Cai a tarde e a rua de paralelepípedos pretos reflete a luz da lua que segue seu caminho indiferente às conversas de bar, de bêbados e de apaixonados. E naquela hora mágica de bêbados, mágicos e fantasias, entra no boteco a Rainha misteriosamente bela e iluminada.
Boquiabertos, a gente aprecia silenciosa e gulosamente a aparição daquela Deusa desacompanhada que pede um maço de cigarros, uma caixa de fósforos, sorri para todos e vai embora. No rádio, um bolero canta dores de amores e a gente vai para casa, desconsolado. Entretanto, as mocinhas virgens e sem destino passeiam pela praça procurando amores, mas ninguém vê.

Com mais de 80 anos, Juvenil de
Souza tem tido visões maravilhosas
devido às libações alcoólicas
provenientes do consumo de álcool.


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