
No domingo, ele e o pai vão pescar. Estilingue no bolso a estrada é velha conhecida; tem marmelo cagão, araticum, marolo, cafezinho, que dá dor de cabeça, uma jabuticabeira do mato de frutas azedas, maracujás do mato, bacupari, goiabas, jatobás, ingás, cabeludinhas, limão bravo e outras frutas da época. Imerso em seus pensamentos, ao lado do pai, sonhava com peixes grandes, um rio manso correndo, uma namorada que ele amaria de todo o coração, um filho que ele levaria para pescar, dias eternos, que a vida não mudaria nunca e fosse sempre como aquele domingo de lanche no embornal de pano, pássaros sentados no arame da cerca, água gelada da mina sorvida pela palma da mão.
Um sonho que a vida levou.
Juvenil de Souza é o verdadeiro Peter Pan. Se recusa a crescer.
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