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O rio, o peixe, a morte.

Todos tinham um medo medonho do rio porque havia a história de um infeliz que caiu de noite na barragem da Usina, morreu afogado e só foi encontrado inchado dias depois na Ponte Flutuante. Quando o corpo aparecia encontrado por algum pescador, a gente sossegava e ia dormir tranqüilo. Só muito tempo depois pudemos apreciar o rio com sua beleza calma, o murmurar e o correr tranqüilo de águas pardas com restos de folhas esverdeadas, galhos beijandoa água, descendo, murmurando ondas, trazendo outras paisagens guardadas como um espelho contando histórias distantes.
Um pássaro voa lépido e espadana a água que reverbera os raios de sol do meio-dia. Aranhas d,água brincam junto ao capim da margem, esquecidas dos lambaris traiçoeiros è espreita... O silêncio agride e, às vezes, é cortadopor um lânguido e triste canto de uma pomba viúva chorando o companheiro que se foi. O sol arde nos olhos e, subitamente, um peixe puxa a linha, resiste, tenta fugir, mas é tarde. Brilha e rebrilha as escamas de prata, boca arfante, debate-se pela última vez e fica olhando com olhos opacos e talvez de medo, como a gente, quando alguém morria afogado no rio. Devolvido à água, revive e os olhos brilham de volta à vida sem medo da liberdade.

Juvenil de Souza sempre se parece com um peixe fora d´água nas aventuras da vida.

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