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Tempo de gabiroba, tempo de amor

Todo mundo ia catar gabiroba no cerrado atrás do Bosque, sempre com medo das vacas bravas e de uma cobra que diziam que sempre tinha no pé da gabiroba. Também tinha marolo, marolinho, araticum, azedinhas, veludinho, mangaba, coquinho, bacupari, marmelinho, macaúba, jatobá, maracujá azedo e dois imensos e centenários pés de manga de frutas amarelo-ouro brilhantes ao sol. E um cheiro de mato, flor, fruta, terra, que grudou no nariz até hoje.
Mas tinha também o medo de fantasmas, da mula sem cabeça, do homem que tinha sido encontrado morto comido pelas formigas e o medo terrível e macabro das três árvores na encruzilhada onde um homem tinha se enforcado e gemia a noite inteira tocando guizos. Daquele lugar sombrio lembramos a descoberta do amor da carne, claro e limpo, de um gosto acre e ácido de um beijo na boca da loira de olhos verdes, cabelos de cachoeira, na sombra das árvores acolhedoras, tirando uma fotografia que se perdeu nas andanças da vida.
Cigarras ziniam, abelhas faziam mel e o medo foi embora. Foi?

Juvenil de Souza mijava na cama quando pequeno, acreditava
em diabinho e tinha medo de assombração. Ainda tem.


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