
do caramanchão de primaveras floridas, falava de flores, de um passeio dominical à beira do rio no entardecer, sonhos ingênuos do coração juvenil.
Falava da ausência feita de pedra, da surpresa do encontro furtivo na quermesse e do vestido azul que ela usava, as meias cobrindo as pernas no frio do mês de junho, do correio-elegante marcado com um beijo de batom vermelho.
A carta lembrava da bala de coco enjoativa embrulhada no papel crepom, saboreada uma matinê no cinema com filmes de aventura. Marcava encontros para depois da escola, tinha o desenho de um coração flechado partido ao meio. Lembrava o drama “E o Céu Uniu dois Corações”, quando ela chorou no ombro da gente sem saber da paixão infinita que nos separava.
No fogãozinho Jacaré, a carta amarelada arde em cinza fria. Como ardia o nosso coração quando ainda se escreviam cartas de amor.
Juvenil de Souza gravou a marca do Zorro em muitos corações.
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Rjg kpfbon
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